quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

'Castelo vai deixar ao novo prefeito projetos na ordem de R$ 1 bilhão já aprovados pelo governo federal'


MARCOS AURÉLIO FREITAS
Em entrevista ao Jornal Pequeno, o titular da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp), engenheiro Marcos Aurélio Alves Freitas, afirma que a cidade de São Luís nunca foi tão bem servida em obras como na atual gestão municipal. Ele fala sobre as inúmeras parcerias realizadas com o governo federal, destaca importantes obras como a construção de canais e as drenagens profundas em áreas de constantes alagamentos. 'A maior obra que um gestor pode fazer é aquela que tira as pessoas da condição de insalubridade e oferece a elas melhorias na sua qualidade de vida', ressalta. Marcos Aurélio garante que a cidade hoje é outra, com mais de 500 quilômetros de ruas e avenidas asfaltadas, e que o futuro gestor não encontrará os graves problemas de pavimentação como enfrentou o prefeito João Castelo (PSDB) no início de sua gestão. O secretário destaca como o grande legado de Castelo para a cidade a aprovação pelo governo federal de cerca de R$ 1 bilhão para serem investidos em grandes obras na capital, como o Corredor de Transporte. Leia a entrevista completa.
JP – Na sua avaliação, o prefeito João Castelo conseguiu concluir o seu cronograma de obras em São Luís?
A cidade de São Luís não recebia obras havia muito tempo. Os problemas se acumularam em décadas. O prefeito Castelo não foi omisso e decidiu enfrentar as situações mais graves, com investimentos em infraestrutura urbana. Algumas obras foram iniciadas, como a construção do Grande Hospital de Urgência e Emergência, mas levam no mínimo dois anos para serem concluídas. A cidade hoje é outra. Fizemos obras estruturantes que vão ser lembradas por muito tempo. Se verificarmos o grande trabalho feito na área de pavimentação, por exemplo, avançamos significativamente. Somente em avenidas foram mais de 118 quilômetros de pavimentação. Em bairros, onde nunca havia sido visto pavimento, foram mais de 165 quilômetros de asfalto, beneficiando mais de 520 ruas. Na Zona Rural foram 48 quilômetros de asfalto, e recuperamos em diversos bairros da cidade mais de 100 quilômetros do pavimento existente com a aplicação de micro-revestimento.
JP – O que não chegou a ser concluído passa a ser então uma obrigação do futuro prefeito?
Sim, alguns dos contratos para obras de pavimentação estarão à disposição do próximo prefeito para que sua equipe possa dar prosseguimento e concluir as obras a eles relacionadas. Posso citar áreas como as dos bairros São Raimundo, Cidade Olímpica, Chácara Brasil, Vila Mauro Fecury I, Jardim São Cristóvão II, Coroadinho, Residencial João do Vale, Angelim Velho e Novo Angelim e Vila Conceição, dentre outros, que hoje possuem infraestrutura de pavimentação garantindo a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem ali, sem esquecer toda aquela região que vai da Vila Magril a Tajaçoaba e do Cruzeiro de Santa Bárbara até o Porto de Caracoeiras, Vila Esperança, Vila Sarney, acesso ao povoado Taim.
JP – Quais obras o senhor definiria como as mais importantes para a cidade?
Tenho certeza que a maior obra que um gestor pode fazer é aquela que tira as pessoas da condição de insalubridade e oferece a elas melhorias na sua qualidade de vida. Alguns bairros de São Luís que saíram dessa condição irão lembrar para sempre do prefeito João Castelo. Dentre as principais obras, além das melhorias dos bairros, posso citar o caso da Avenida Mauro Bezerra. Ali havia o canal do Caratatiua, com esgoto e lixo tomando conta da porta das pessoas. Hoje é outra realidade. A Avenida Santos Dumont passou 12 anos sem condições de tráfego. A Avenida Nossa Senhora da Vitória, ligando o parque Vitória à Avenida São Luís Rei de França, é outro exemplo de transformação, bem como a Avenida Mário Andreazza. Grandes obras na área de drenagem (algumas ainda em andamento) já reduziram a incidência de alagamentos em áreas importantíssimas da cidade, como os canais do Coroado, Rio das Bicas, Cohab/Cohatrac, Gangam, Tropical Shopping, a macrodrenagem da avenida Cônego Tavares, que inclui a frente ao Lítero, a macrodrenagem do Mercado Central e retificação do canal do Portinho. São obras que incluem no seu bojo a implantação de redes coletoras de drenagem para desaguarem no córrego. Foram mais de quatro mil metros de redes de drenagem executadas em toda a cidade, que com certeza evitarão grandes transtornos para a comunidade. Não posso deixar de mencionar o prolongamento da Avenida Litorânea, obra entregue agora pela prefeito (primeiro trecho) e que conta ainda com duas pontes de concreto sobre o Rio Pimenta ligando a região do Olho d'Água ao Quintas do Calhau.
JP – Quais os benefícios deixados com a construção de canais e com a drenagem de áreas como a do Mercado Central?
O benefício imediato é o fim do problema de alagamento. Outros benefícios decorrerão daquilo que o projeto trouxe incorporado. Por exemplo, no canal do Coroado, além de solucionar o problema do esgoto daquela parte mais baixa da região, o prefeito conseguiu recursos junto ao governo federal e determinou que naquela área fosse implantada uma Praça de Esporte e Cultura, que efetivamente será um espaço maravilhoso para toda a comunidade da região. No caso do Mercado Central, com a conclusão da macrodrenagem do entorno e a execução do alargamento do canal do Portinho (a concluir), foram oferecidas ao futuro prefeito todas as condições para que a reforma do Mercado possa enfim acontecer. E, para isso, o prefeito Castelo já assinou convênio que garante os recursos da obra. Já no Tropical Shopping, apenas a conclusão do primeiro trecho já evitou o alagamento da área e tirou da televisão as imagens de carros sendo tragados pelo volume d'água que ali se acumulava. Quanto ao canal do Rio Gangam, que terá pavimentação nas duas bordas, a obra contribuirá para melhorar o trânsito naquela área da Rua Eurípedes Bezerra, Rua Boa Esperança e Avenida São Luís Rei de França.
JP – Quais as principais dificuldades de sua secretaria ao longo desses quatro anos de gestão?
Em qualquer gestão, a dificuldade sempre é a disponibilidade financeira para atender a todas as demandas do município. A prefeitura é o ente federado mais sacrificado, principalmente por estar mais perto da população. E se tudo não estiver funcionando bem as críticas são muito severas. Acredito que, ante as dificuldades existentes, o prefeito João Castelo, contando apenas com a disponibilidade financeira exclusiva das receitas do município e dos convênios firmados com o governo federal, conseguiu desenvolver com a Semosp aquilo que não foi possível em muitas gestões passadas. É lógico que sempre seremos cobrados por aquilo que não pudemos realizar. No entanto, registro que foi extremamente positivo ter participado desse governo e de ter recebido de Castelo condições para realizar tudo isso que está sendo entregue à população. O prefeito está de parabéns.
JP – Algumas obras a Prefeitura executou com recursos próprios. Isso de certa forma não comprometeu o orçamento do município?
Como citei anteriormente, o problema é que a demanda de serviços que a população cobra do município é sempre maior do que as disponibilidades financeiras. Quando cheguei, em julho de 2010, à Secretaria de Obras, as péssimas condições de infraestrutura viária dos bairros e avenidas eram um dos maiores problemas da cidade. O prefeito teve que dar a resposta e fez um esforço gigantesco para melhorar esse aspecto da cidade. O problema da redução do FPM também contribuiu com a queda das receitas do município. Vale frisar que houve uma determinação do prefeito para que a cidade recebesse um volume expressivo de obras, que já eram esperadas havia décadas por representarem problemas crônicos, como é o caso das avenidas Santos Dumont, Mario Andreazza e Santo Antonio e o prolongamento da Litorânea. A Prefeitura não poderia adiar. Castelo teve a coragem de fazer e para isso recorreu aos recursos do próprio município. Alguém teria que assumir essa responsabilidade.
JP – O senhor considera que a Prefeitura poderia ter feito mais obras se tivesse contado com a parceria do governo do Estado, por exemplo?
Para as necessidades do município, as parcerias com todos os entes federados são imprescindíveis. Com o governo federal, BNDES, BIRD e BID praticamente todos os projetos apresentados pelo prefeito foram aprovados. A ordem de grandeza dos recursos conveniados, nas diversas áreas do município, se aproximam de R$ 1 bilhão. As obras que não foram concluídas estão em andamento, e aquelas que não tivemos como iniciar a nova gestão já encontrará os convênios assinados, algumas já licitadas, com os recursos garantidos, como é o caso da pavimentação das 482 ruas dos bairros que estão nas margens do lago do Bacanga. No caso do governo do estado, percebi que as relações não foram as melhores. Poderia ter sido diferente e só a população ganharia com isso, com mais obras, mais geração de emprego e renda para todos.
JP – Poucos prefeitos conseguiram executar tantas obras em São Luís como João Castelo. O senhor considera então que grandes obras, apesar de importantes e necessárias, não rendem votos?
Eu acredito que a análise não é tão fácil quanto parece. O governo municipal tem um conjunto de ações que estão sob o julgamento permanente da população e, dependendo do foco que é levado aos munícipes, a gestão como um todo pode ser bem ou mal avaliada. As obras de Castelo garantiram-lhe uma votação expressiva, representando o reconhecimento ao seu trabalho. No entanto, não foi uma votação suficiente para sua reeleição.
JP – Há quem diga que algumas obras estão paralisadas ou abandonadas por falta de pagamento de fornecedores. Até que ponto isso é verdade?
Todo ente federado tem problema de desembolso durante a gestão. E o atraso, dependendo do período, é avaliado como normal. As obras de responsabilidade da Semosp em convênio com o governo federal nunca tiveram falta de recursos para pagamento das contrapartidas. O fato de uma ou outra obra andar em ritmo mais acelerado depende das condicionantes que envolvem interferências físicas não previstas em projeto ou da capacidade operacional da empresa para resolver o problema de forma mais rápida. Quanto às obras executadas com recursos próprios, o motivo da paralisação em alguns casos é que precisávamos fazer o ajuste físico/financeiro dos contratos vigentes. Estamos deixando os principais contratos de nossa gestão em condições da próxima gestão concluí-los, e o prefeito está providenciando todos os pagamentos na medida da capacidade financeira da sua gestão. Serviços como iluminação pública, limpeza urbana, além das obras dos canais, continuam a todo vapor. Portanto, o que está ocorrendo é apenas uma relativa ansiedade dos prestadores de serviços com a transição da gestão.
JP – O VLT é um projeto efetivamente viável para São Luís?
Essa discussão é apaixonante e vai continuar por algum tempo. Enquanto projeto de mobilidade urbana para São Luís, o prefeito teve a capacidade de ser visionário mais uma vez, como fora quando governador, pois teve a capacidade de construir o Italuís e solucionar o problema de água da cidade. O VLT foi totalmente conduzido na Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) como um projeto de mobilidade urbana. Contudo, avalio que o projeto de engenharia precisa de alguns ajustes que não inviabilizarão a obra. A matriz de transporte coletivo de passageiros da cidade precisa de novos modais. O BRT, por exemplo, está previsto para ser implantado no Novo Corredor de Transporte que o prefeito aprovou com o governo federal, com recursos já assegurados. Esse talvez seja o grande legado para a cidade. Já o VLT deve ser mais um dos instrumentos dessa grande mudança na mobilidade urbana da cidade. O projeto é ousado. O prefeito Castelo projetou a cidade não somente para resolver os problemas de agora, mas para os próximos 10 ou 20 anos. O próximo prefeito tem garantido para os cofres municipais cerca de R$ 1 bilhão oriundos do governo federal e de outros agentes financiadores, fruto do esforço e do planejamento desenvolvido pelo prefeito João Castelo e seus auxiliares.
JP – Como técnico, qual obra o senhor acha que deve ser a prioritária do próximo prefeito de São Luís?
Na área de infraestutura viária, sem dúvida a implantação do Novo Corredor de Transporte. O prefeito conseguiu aprovar os recursos junto ao governo federal e, quando essa obra for concluída, São Luís terá uma nova dinâmica para o trânsito. Há outras obras importantíssimas, como o Elevado da Forquilha, a continuação do prolongamento da Avenida Litorânea, o Elevado do Calhau. Espero que o futuro prefeito tenha a serenidade necessária para dar prosseguimento àquilo que é importante para a cidade, buscando melhorar a vida de todos. Existem vários projetos em andamento que, após sua conclusão, São Luís será uma cidade muito melhor para se viver. Só tenho a agradecer ao prefeito João Castelo pela oportunidade que tive de trabalhar em sua equipe, e a todos da Semosp que puderam compreender aquilo que tínhamos como missão naquela casa.

domingo, 23 de dezembro de 2012

São 2 recursos


O vídeo que mostra militares se reunindo para atuar em favor do então candidato Edivaldo Holanda Júnior (PTC) na campanha eleitoral de São Luís, em outubro, pode levar à cassação do prefeito eleito.

Derrotado por Holandinha, o prefeito João Castelo (PSDB) recorreu à Justiça após a diplomação, argumentando que o vídeo mostra evidências claras de compra de votos na eleição da capital.São dois processos. Um deles trata especificamente do vídeo. O outro, da manipulação da rádio Capital AM em favor do candidato do patrão.Por enquanto, vai-se abordar apenas a questão da mlícia.Noa ação, Castelo anexa depoimentos dos militares presos na época, que confessam a estratégia para atuar em favor de Holanda Júnior.Por mais que se desdenhe das ações de Castelo, que se ridicularize como choro de perdedor, Holandinha tem que ficar muito atento por que pode acabar dançando por causa disso.O episódio da milícia é gravíssimo por si só.A reunião de militares já é ilegal por natureza. Quando estes militares se intitulam “pior do que o grupo que matou Osama Bin Laden”, esta reunião passa a ter nuances criminosas.Há depoimentos dos policiais no período em que eles ficaram presos no quartel. É evidente a manipulação do “comitê militar” por membros da campanha de Holanda Júnior.E tudo isso está registrado no processo que começa a correr na Justiça Eleitoral.Empossado ou não, Holandinha deve, portanto, por as barbas de molho.Para não se arrepender mais tarde…Ao inaugurar parte do prolongamento da Avenida Litorânea, sua ultima obra, em pouco mais de 600 metros, no final da tarde de ontem, 21 de dezembro, o Prefeito João Castelo, disse que recorreu contra a Diplomação de Edivaldo Holanda Júnior. São 2 recursos apresentados na Justiça, acusando o novo Prefeito da pratica de crimes eleitorais. No entanto, isso não impede a posse de Edivaldo Holanda Júnior na Prefeitura de São Luis, enquanto não se esgotarem todos os tramites legais nas instancias da Justiça Eleitoral.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Canindé Barros recua e decide manter operação contra “piratas”


O secretário municipal de Trânsito e Transportes, Canindé Barros, recuou da decisão da semana passada e decidiu manter a operação contra transporte clandestino de passageiros na área Itaqui-Bacanga.
Em nota à imprensa encaminhada nesta terça-feira (11), a SMTT anuncia ainda para esta semana o início da segunda etapa da operação, que visa a remover veículos que atuam de forma irregular realizando o transporte de passageiros.
“Com esta medida, o secretário de Trânsito e Transportes, Canindé Barros, espera alcançar o objetivo de eliminar o transporte clandestino na área Itaqui Bacanga. Além disso, ele determinou também a colocação de duas novas linhas de ônibus, que fazem o percurso do Anjo da Guarda, Avenida dos Portugueses, Anel Viário até a Praça Deodoro, com o intuito de atender com regularidade a demanda de passageiros que usam diariamente o transporte coletivo da região”, diz o comunicado oficial.
Bem diferente do que afirmou o próprio Canindé Barros sobre o assunto há uma semana. “Como não continuarei na SMTT, vou deixar o problema para ser resolvido pela próxima gestão. Vejo que muitos dos proprietários pagam prestações caras e, se não pagarem a multa estipulada, será justo manter esses veículos apreendidos? O problema está aí e precisa ser solucionado. O nosso estudo já previa o aumento de ônibus para as linhas mais problemáticas da área Itaqui-Bacanga. Espero que isso seja resolvido na nova administração”, justificou Canidé.
O que mudou em uma semana?

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Brasil tem 2,6 milhões de usuários de crack e cocaína



Uma pesquisa divulgada hoje (5) mostra que o Brasil tem 2,6 milhões de usuários de crack e cocaína, sendo metade deles dependente (1,3 milhão). Deste total, 78% cheiram a substância exclusivamente (consumida na forma de pó); 22% fumam (crack ou oxi) simultaneamente e 5% consomem apenas pelos cachimbos, que já viraram marcas registradas das áreas degradas e conhecidas como cracolândias.
O estudo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), unidade de pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), mostra ainda que, do total de usuários, 1,4 milhões (46%) são moradores da região Sudeste e 27% residem no Nordeste. No ranking de regiões, o Norte aparece em 3º lugar (10%) empatado com o Centro-Oeste. O sul, com 7% de concentração, está em último lugar.
“Fizemos as análises por classe econômica e, diferentemente do esperado, não houve nenhuma diferença estatística. O padrão de consumo de cocaína, seja aspirada ou fumada, é o mesmo entre os ricos ou entre os pobres”, afirma uma das autoras do estudo, a psicóloga Clarice Sândi Madruga. “Uma das hipóteses para este cenário é que o preço da cocaína está muito mais barato, o que facilita o acesso.”
Para os pesquisadores os achados sugerem que assim como a cocaína se popularizou e chegou à classe média e média baixa, o crack também deixou de fazer parte apenas dos problemas da população de rua e da marginalidade, como era no início da epidemia. A droga hoje afeta todos os segmentos socioeconômicos.
“Não há no mundo país que venda cocaína de forma tão barata. Em média, o preço da venda aqui é U$ 2 nos Estados Unidos custa 10 vezes mais”, completa o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, também autor do estudo da Unifesp e que investiga o padrão de uso de drogas em todas as nações, sendo consultor de muitas delas.
“Além disso, os governos não fizeram a lição de casa nos últimos anos. Não há um combate efetivo do tráfico drogas e, ao mesmo tempo, não foi ampliada a rede de prevenção dos novos usuários e nem o aumento da oferta de tratamento para os já dependentes.”
Primeiro do mundo
Marcelo Ribeiro, um dos primeiros pesquisadores de álcool e drogas do País a estudar o comportamento de usuários de crack, avalia que o potencial de consumidores destas drogas existentes no Brasil fez com que, nas últimas duas décadas, o país mudasse de papel na rota dos tráficos de drogas.
“Por ser muito populoso, o Brasil deixou de ser só local de passagem das drogas para virar destino final de consumo.”
Pelos dados da Unifesp, 2% da população brasileira usaram cocaína ou crack no último ano. Apesar de proporcionalmente parecer pouco, em números absolutos é muita coisa, diz a especialista em álcool e drogas, Ilana Pinsky.
“Isso sem contar que quando o assunto é sensível, como o caso da dependência química, as pessoas tendem a não ser totalmente verdadeiras nas respostas. Com quase toda certeza, a população usuária de drogas é maior do que a identificada na pesquisa”, avalia Ilana.
Mesmo que subestimada, os 2,6 milhões de brasileiros que se declaram, sendo 1 milhão deles consumidor de crack, já somam 20% do total de consumidores mundiais de cocaína, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) utilizados pela Unifesp. “Em números absolutos, nos mostram os dados da OMS, o Brasil é o segundo mercado de cocaína do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e provavelmente o primeiro do mundo de crack, já que os outros países não separam a forma de consumo, aspirada ou fumada”, ressaltou a psicóloga Clarice Madruga.
Mais letal
Apesar da cocaína em forma de pó ser a mais prevalente entre os dependentes, os especialistas ressaltam que quando consumido na versão crack os efeitos são mais rápidos na degradação do cérebro.
cérebro.
Do blog do Robert Lobato